13/07/2010

"Operação Tinta" da GNR no qual os moradores queixaram-se de violência policial.





Notícia publicada ontem pelo jornal Expresso, acerca da operação "Tinta" em Vila Nova de Gaia:
A GNR conduziu onze pessoas ao posto de Gaia, suspeitas de dezenas de assaltos cometidos nos últimos meses nas zonas Norte e Centro de Portugal. Em Gaia, a Guarda apreendeu um elevado número de objetos furtados.
As oito buscas domiciliárias da GNR incidiram em residências de Gaia, em especial na freguesia de São Félix da Marinha, visando recuperar material furtado maioritariamente em estabelecimentos comerciais de restauração nos distritos do Porto, de Aveiro, de Viana do Castelo e de Viseu.
Na operação "Tinta" (que o Expresso acompanhou de perto, com autorização da GNR), o Destacamento da GNR de Vila Nova de Gaia teve o apoio da Companhia de Operações Especiais, oriunda de Lisboa, devido à "perigosidade de alguns suspeitos", revelou ao Expresso o capitão Rui Ferreira.
"Estão em causa furtos e roubos [neste caso com violência] cometidos nos últimos tempos nas regiões Norte e Centro de Portugal e estamos a investigar este grupo altamente organizado deste Outubro de 2009", acrescentou aquele oficial da GNR no final da operação, que incidiu no Bairro do Facas, numa freguesia de Vila Nova de Gaia que faz fronteira com o concelho de Espinho.
Durante a operação da GNR, diversos moradores queixaram-se de "violência policial", aquando da primeira intervenção da GNR no referido bairro de Gaia.
As queixas de familiares e vizinhos dos suspeitos aos jornalistas visaram as equipas da Companhia de Operações Especiais (COE) da GNR de Lisboa, uma unidade de reserva que atua de negro e encapuzada, com material de guerra. "Eles entraram encapuzados e rebentaram tudo", disse ao Expresso Maria Rosário, cuja casa foi uma das visadas pelas buscas da GNR de Gaia.
"As crianças, algumas filhas dos detidos, quando esperavam a camioneta da 'Gaia Social' para irem para a praia, deram pela intervenção da GNR. Ficaram traumatizadas ao verem os pais detidos por homens encapuzados com metralhadoras", acrescentou Maria do Rosário, mãe e irmã dos três detidos pela GNR.
"Foi a 'canalha' que deu o alerta, aos gritos", explicou Augusto Maia da Silva, vizinho dos suspeitos e presidente da Comissão de Festas do Santo António. "A GNR confiscou dinheiro que era da nossa festa", afirmou no local aquele responsável pela vida associativa dos moradores, recentemente deslocados para o Bairro do Facas, oriundos de vários bairros sociais, entre os quais o Bairro do Aleixo, no Porto.

10/07/2010

Jornalismo, polícia e “bairros problemáticos”



Todos os dias são noticiados um corropio de acontecimentos: Jovens abatidos por polícias, assaltos em praias e crimes nas cidades e revoltas de jovens em bairros “guetizados” dos arredores da grande Lisboa.
Como tratam os jornalistas aquilo que acontece nos bairros sociais? Conseguem ter uma visão jornalística dos acontecimentos ou tendem a agravar a discriminação que muitos dos habitantes dos bairros pobres são sujeitos? Existe um jornalismo sobre assuntos policiais ou apenas existe um jornalismo que divulga os dados filtrados por fontes policiais? Como tratar jornalisticamente os problemas da criminalidade sem tropeçar na justificação social dos crimes ou na aceitação acrítica das acções policiais?
São alguns dos assuntos do próximo debate organizado pelo Sindicato dos Jornalistas com o apoio do Chapitô.

A conversa contará com a presença do rapper e activista LBC, do comissário Paulo Flor da PSP e do jornalista da SIC Pedro Coelho. A data é no próximo dia 14 de Julho às 22 horas no Chapitô.
(via 5dias)