06/03/2011

Novos episódios de violência policial

 No passado dia 4 de Março, voltaram a ocorrer actos de violência policial gratuita, desmedida e perigosa. Desta vez as agressões deram-se durante um tradicional desfile de Carnaval da Escola Secundária Artística António Arroio que se situa nas Olaias, em Lisboa.
  O desfile decorria dentro da normalidade até que Raquel Bravo de 21 anos, ex-aluna da Escola, que acabava de chegar ao cortejo onde participava pacificamente, quando é surpreendida por dois agentes da PSP que se afastam do cordão policial ( que acompanhava o desfile, supostamente, para segurança dos participantes). Sem qualquer motivo nem explicação, um dos agentes  agarra-a  violentamente e  arranca-lhe a bebida que tinha mão. Ao tentar compreender o que se passava apercebe-se da ausência de identificação da maioria dos agentes. Ao questioná-los sobre isso, Raquel é recebida com insultos, é violentamente agredida com uma chapada de mão aberta e um empurrão -  "Chamou-me vaca, puta e outros palavrões do género, ao mesmo tempo que me ameaçavam levarem-me para a carrinha da policia caso eu não me calasse". Raquel já apresentou queixa. 
      Pouco tempo depois, alegadamente por ter cuspido para o chão, Dorian Lourenço de 16 anos, aluno da Escola foi agarrado por 4 policias e de seguida sujeito a socos e bofetadas no pescoço, costelas e parte de trás da cabeça. Ao tentar proteger-se dessa agressão, levou uma pancada na mão direita, ficando incapacitado. Na ausência das placas de identificação dos agentes, inquiriu a sua identidade, não tendo obtido resposta e sendo empurrado para o interior do desfile. Participantes que assistiam a estas agressões, também não conseguiram identificações dos polícias e foram igualmente maltratados.

 

Para além das inadmissíveis sevícias, a ausência de identificação (existem fotografias) mostra a má fé e a premeditação da corporação policial, o que se está a tornar um comportamento sistemático, impune e num crescendo de violência. O facto de, cada vez mais, estas práticas ocorrerem à luz do dia, com toda o à-vontade e descaramento, é obviamente consequência daquela impunidade, que faz dos superiores hierárquicos, das chefias ao Ministro da Administração Interna, verdadeiros cúmplices, senão mesmo promotores desta violência criminosa.

 
Os alunos da António Arroio ficam a espera que a direcção da sua escola tenha iniciativas de os defender e punir os prevaricadores.