17/06/2011

Magistrada do MP ouvida como testemunha “arrasa” actuação da PSP contra activistas no Rossio

em Publico http://publico.pt/1499054

A sentença relativa ao caso dos dois activistas do movimento Democracia Verdadeira Já foi hoje marcada para segunda-feira, após uma audiência de julgamento em que uma magistrada relatou, como testemunha, ter sido agredida no local por um dos polícias.
A intervenção policial no Rossio, em Lisboa, no dia 4 de JunhoA intervenção policial no Rossio, em Lisboa, no dia 4 de Junho (Foto cedida por Da Maia Nogueira)
Face aos depoimentos prestados na sessão de julgamento na Pequena Instância Criminal de Lisboa foi pedida a absolvição dos dois activistas, que tiveram como testemunha de defesa uma magistrada do Ministério Público, cujo depoimento foi comprometedor para a actuação da polícia durante o acampamento no Rossio.

Após os agentes da PSP, João Paulo Henriques e Edgar Salta, relatarem em tribunal a sua versão dos factos e justificado as detenções dos activistas com a agressão com um telemóvel por parte de um deles (Ricardo Salta) e injúrias supostamente proferidas por Tiago Castelhano, a testemunha e magistrada do Ministério Público, Sónia Maria Pinhão, ‘arrasou’ a actuação da polícia.

O facto de um dos polícias e um dos activistas terem o mesmo apelido (Salta) mereceu um reparo irónico do procurador, mas ficou esclarecido em tribunal que se trata de mera coincidência.

Sónia Maria, 39 anos, magistrada na Pequena Instância Cível, contou que no dia 4 de Junho estava num café do Rossio com uma amiga quando um amigo lhe disse que estava a haver uma carga policial na zona.

Sendo magistrada, entendeu que podia ajudar a resolver eventuais alterações da ordem pública, tendo-se identificado perante os polícias que, entretanto, moveram uma perseguição em pleno Rossio a um dos activistas, atirando-o bruscamente ao chão.

“Pareceu-me uma intervenção violenta que não justificava uma actuação com aquela gravidade e força”, disse a magistrada, revelando que ao tentar intervir um dos agentes a agrediu, agarrando-a pelo pescoço.

A magistrada contraditou os polícias dizendo não ter visto qualquer agressão a polícias, nem ter ouvido insultos à autoridade, garantindo que o jovem Tiago Castelhano “não ofereceu resistência”.

Sónia Maria frisou que alguns dos polícias “portaram-se bem e com lucidez”, mas que outros pareciam estar “cegos e surdos”, relatando que após se ter identificado e pedido para falar com o oficial de serviço um dos polícias “a agarrou pelo pescoço”.

Este depoimento da magistrada como testemunha de defesa perante a juíza e o seu colega de acusação foi o momento mais marcante da sessão de julgamento, em que um dos polícias ouvidos apareceu com uma ‘t-shirt’ branca onde se lia em letras negras “I’m the Law” [Eu Sou a Lei].

Este julgamento sumário esteve previsto para o passado dia 6, mas foi adiado para hoje.

A 4 de Junho, a PSP realizou uma intervenção no Rossio, onde há duas semanas estavam mobilizados vários activistas, em protesto contra a qualidade da democracia, as condições de vida e a precariedade e pedindo novas políticas e mais reflexão aos portugueses.

A polícia recolheu tendas, cartazes e outros materiais e deteve três pessoas, duas das quais foram constituídas arguidas. Os detidos foram mais tarde libertados.

O movimento repudiou a operação, que classificou de “violenta, desproporcional e despropositada”.

04/06/2011

Em Esquerda.net

Polícia agride e detém manifestantes na "Acampada" em Lisboa

Cerca de 20 elementos da Polícia Municipal e do Corpo de Intervenção da PSP invadiram este sábado a praça do Rossio, agrediram os manifestantes, e detiveram três pessoas que participavam na "Acampada" em Lisboa. Para este espaço está agendada uma Assembleia Popular, com início às 19h.
ARTIGO | 4 JUNHO, 2011 - 17:20

Imagens da "Acampada" de Lisboa logo após as intervenções das forças de segurança.
Imagens da "Acampada" de Lisboa logo após as intervenções das forças de segurança.


Segundo relatos de manifestantes presentes no local, 20 elementos da Polícia Municipal e do Corpo de Intervenção da PSP agrediram, à bastonada, e sem qualquer justificação plausível, vários elementos que participavam na "Acampada" em Lisboa. Foram detidos três manifestantes. A primeira detenção foi a de um cidadão que estaria a colocar, como tem sido comum nos últimos dias, uma corda para montar um toldo. O segundo detido estaria, por sua vez, a filmar os acontecimentos, tendo-lhe sido exigida a entrega do seu telemóvel. Os três detidos foram levados para a esquadra.

Aquando a intervenção das forças de segurança, estariam no Rossio já cerca de 50 pessoas, sendo que, por volta das 17h, este espaço já contava com mais de 200 manifestantes, sempre sob a vigilância da PSP, que mantém no local duas carrinhas do corpo de intervenção, e da Polícia Municipal.

Os elementos da polícia apreenderam vários materiais, inclusive computadores e máquinas fotográficas.

O movimento tinha agendado para este sábado, pelas 15h, uma concentração no Rossio com microfone aberto para todos aqueles e aquelas que quisessem intervir. Para as 17h estavam também convocadas reuniões dos diferentes grupos de trabalho e, pelas 19h, irá realizar-se uma assembleia popular.

No manifesto aprovado recentemente, o movimento afirma que o que os une e mobiliza é a "a indignação perante a situação política e social sufocante que nos recusamos a aceitar como inevitável". Ao criar o acampamento no Rossio, juntaram-se "àqueles que pelo mundo fora lutam hoje pelos seus direitos frente à opressão constante do sistema económico- financeiro vigente.
Fábio Salgado

Policia prende e agride no Rossio, Lisboa

Noticia do Publico Online
http://m.publico.pt/Details/1497497


Três jovens que participavam em "referendo popular" são detidos no Rossio
04.06.2011 - 16h43 Andreia Sanches, Clara Viana
Três pessoas foram detidas esta tarde, por volta das 15h00, no Rossio, em Lisboa, quando participavam numa assembleia popular promovida pelo movimento Democracia Verdadeira Já.
Segundo Renato Teixeira, da organização, a PSP apreendeu fotografias, material de som e boletins para um "referendo popular" que estava previsto acontecer ao longo do dia de hoje. "Sente-se representado no actual sistema democrático?" era uma das perguntas dos boletins.

Neste momento, no Rossio, cerca de cem jovens que participam na acção discutem se vão em grupo para a esquadra da polícia municipal na Praça de Espanha, onde estão os três detidos, ou se permanecem no local, como estava previsto.

A iniciativa do movimento Democracia Verdadeira Já previa que a véspera das eleições legislativas ficasse marcada por um referendo, debates e reuniões de trabalho, ao longo de todo o dia. Contudo, por volta das três da tarde, a polícia municipal e PSP aparecram no local, alegando que os jovens estavam a ocupar indevidamente a praça, contou Renato Teixeira.

Testemunhas disseram ainda ao PÚBLICO que houve algumas bastonadas e agitação. Mas neste momento as forças policiais já não estão no Rossio.

Notícia em actualizada às 16h57


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Noticia do Jornal de Noticias Online
http://m.jn.pt/m/newsArticle?contentId=1870205&page=1

Polícia detém três pessoas e acaba com acampamento no Rossio
A polícia recolheu este sábado tendas, cartazes e outros materiais de activistas que estavam concentrados há vários dias na praça do Rossio, em Lisboa, e deteve três pessoas.
A intervenção policial começou cerca das 15.30 horas, quando as forças de segurança carregaram sobre alguns dos cerca de 100 manifestantes que permaneciam na histórica praça lisboeta há cerca de duas semanas.

Inicialmente foram detidos dois jovens e depois, por entre muita agitação, e no decorrer das agressões policiais, foi detida uma terceira pessoa.

Cerca das 16 horas, as autoridades abandonaram o local e os jovens voltaram a sentar-se no meio da praça e prometem decidir convocar novas acções de protesto.

Para as 19 horas está prevista no local uma assembleia popular, que já estava prevista antes da intervenção policial, e que deverá agora ganhar novos contornos, advertem os manifestantes.

O Movimento Democracia Verdadeira Já, que promoveu a concentração, protesta contra a qualidade da democracia, as condições de vida e a precariedade, pedindo novas políticas e mais reflexão aos portugueses.
Fábio Salgado